"Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco".

(Primeira carta de Paulo, aos Tessalonicenses).

De modo geral, damos graças a Deus quando somos atendidos em nossos pedidos, ou quando um “mal” que nos ameaçava não se concretiza. Especialmente falando do câncer, num tempo não de agora em que minha aparência caracteriza a minha condição, mas antes (quando no hospital, por exemplo, as pessoas não sabiam quem era o paciente, meu marido ou eu, e ficavam olhando e prestando atenção para descobrir), ouvi várias vezes comentários do tipo: “ahhhh, depois da cirurgia ele não precisou fazer quimioterapia, graças a Deus.” E se tivesse precisado? Não seria graças a Deus? Eu nunca ouvi alguém dizer “Preciso da quimioterapia, graças a Deus”.
Sei que é chocante. Não se tem coragem de dar graças pelos “infortúnios”, mas a verdade é que tudo pelo que passamos é uma benção, são os planos de Deus se cumprindo em nossa vida, com o objetivo maior da nossa própria salvação. O que não seriam graças de Deus? A revolta. O esmorecimento. O oportunismo. Sim, o oportunismo. Se aproveitar da condição de “vítima”. Para não se alimentar direito, não se cuidar, não honrar seus compromissos, ou seja, desperdiçar os melhores dias de atividade e depois choramingar quando, inevitavelmente, vierem aqueles dias nos quais não dá vontade de se alimentar, mal se tem energia pra levantar da cama e os compromissos têm que ser adiados, esses que ainda assim são os melhores dias: para a reflexão.
Hoje estou vivendo um melhor dia.