terça-feira, 16 de março de 2010

Primeira seção de quimioterapia

09 de março de 2010 – primeira seção de quimioterapia

Cheguei às nove no hospital, depois de 3 horas de viagem entreSJC e São Paulo.
Houve um problema com a autorização do convênio, então só comecei a terapia mais ou menos 1h da tarde. Antes passei por uma pré-consulta com a enfermeira. Eu estava rouca e com resfriado, temi que não pudesse fazer a quimio assim, mas pude.
Achei engraçado ela me dizer que eu não tinha cara de paciente do hospital do câncer... e olha que já tosei meu cabelo pra ser melhor aceita, rs, aquela minha juba era muito contrastante no hospital. Mas eu fiz isso porque eu quis, apesar de que em semanas não teria outra escolha. Até que eu gostei. Quando ficar careca vou poder dizer que tinha lindos e longos cabelos, que esvoaçam com qualquer ventinho, que eu não podia nem por presilhas que elas escorregavam, de tão liso que era meu cabelo... Depois a enfermeira perguntou se eu fumava – não – se eu era etilista... etilista? Pensei: “Estilista é aquele que dita moda e cria coleções de roupas e acessórios, exercendo forte influência sobre a maneira como as pessoas se vestem. E ser estilista, não é apenas ser desenhista de moda, e sim criar um vestuário adequado a cada tipo de pessoa, conhecido como público alvo.”...acho que não é disso que ela tá falando... bom quando ela complementou com “ nem com amigos, socialmente?” lembrei do significado de etilista – não, não sou.

Primeiro foi ministrado o medicamento para reduzir enjôos.
Segundo o medicamento contra reação alérgica ao quimioterápico. Este me deu maior sono e bastante frio, percebi que da próxima vez e melhor ir de meia e de blusa e calca de moletom.
Terceiro o Taxol. Eu estava tranquilinha, meio dormindo, só não podia o Xan me tocar que eu levava susto. De repente me veio um chocalhão, disse pro Xan que estava mal, senti um calorão, minha pele ardendo e a respiração difícil, mas os enfermeiros muito rapidamente entraram na sala e cessaram a medicação. Testaram meus sinais vitais, que rapidinho voltaram ao normal, me puseram “no oxigênio” e eu fiquei bem.
Por quarto, então, antes de continuar foi ministrado corticóide, pra eu não ter mais essa reação.
Voltei para o Taxol, agora em dose mais lenta. Estava tranquilinha dormindo de novo e de repente novamente o chocalhão, mas que ficou só nisso, nessa hora o Xan estava pra fora falando com uma moça que veio trazer “más notícias” sobre a autorização do convênio, eu só lembro de ter acordado assustada e chocalhado os braços pra chamar atenção. Achei que era melhor não dormir, fiquei acordadona o restante do tempo, pra evitar esses sustos.
Por quinto a carboplatina, que não daria mesmo nenhuma reação, foi tranqüilo e rápido.
Finalmente, por sexto e último, o soro fisiológico. Ah! Também e importante ir com uma roupa fácil de tirar, porque dá vontade de fazer xixi o tempo todo.
Depois de dez horas no hospital, a liberdade! Saímos mais ou menos 7h da noite. Esqueci de contar sobre minha veia...
Primeiro um enfermeiro tentou “pegar” minha veia duas vezes na mão esquerda, doeu bastante, do jeito que eu achava que iria doer. Como ele não conseguiu nas duas tentativas, uma enfermeira foi chamada e pronto! Ela fez o acesso para a quimio na mão direita e foi só uma picadinha mesmo, mas foi engraçado que ela disse que os pacientes falam que aquilo não é uma picadinha, é uma picadura!

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