quarta-feira, 5 de maio de 2010

Hoje: tomografia em São Paulo.

Fui ontem para são Paulo, para poder estar bem cedo no hospital hoje e o mais importante: não pegar metrô, pois assim minha concunhada pode me levar e buscar do hospital.
Cheguei às sete horas e fiquei um tempo tomando água pra encher a bexiga, pois um das tomografias era de bacia e pelve.
A enfermeira me deu água em dois copos de 500ml com várias marcas, eu tinha que tomar uma “marca” a cada 5 mim. Só que a água ia até um nível um pouco acima da primeira marca, só um pouquinho. Perguntei para a enfermeira se aquela quantidade acima da marca correspondia à primeira golada, ela disse que sim, eu comentei “ah, então na primeira eu tomo um pouco menos...” e ela me disse “tem a mesma quantidade, é que o copo é mais largo na borda”.
Mas eu tirei a “prova real” e como eu desconfiava, tinha menos água na primeira golada, aproximadamente 48,52% do que tinha nas demais. Me diverti um tempo fazendo isso.
Depois fui chamada para a sala de preparação, então me lembrei de uma coisa importante, da próxima vez, usar roupas completamente sem metal para fazer os exames de imagem. Se eu não tivesse ido com um jeans bacana e uma blusa com um zíper super fashion, não teria passado o maior frio na sala da tomografia, pois teria ficado com meu moletom confortável e quentinho, ao invés da roupa de não-tecido. O nome já diz tudo: “não-tecido”.
Dessa vez injetaram contraste. Na hora da infusão o corpo reage com um estado febril, muito rápido, mas que percorre todos os membros. Da primeira vez que injetaram esse contraste em mim, eu não sabia que dava esse calorão e tive a impressão de ter feito xixi na “maca” do tomógrafo. O pior é que a enfermeira sacana, quando me levantei, comentou: “ihhh, você fez xixi...” e começou a rir, dizendo que estava brincando...
O exame acabou e então tomei café da manhã no Joinha e fui tentar adiantar minha consulta da tarde com a Oncogenética. Deu certo.
Minha concunhada me buscou no hospital e me levou para a rodoviária.
Tinha um motorista que voltava de carona no ônibus, que foi conversando com o motorista do ônibus e com uns passageiros que estavam na minha frente (eu consegui não ter companhia na viagem). O motorista fazia umas piadinhas muito sem graça e dava risada. Eu fiquei no meu banco rindo da risada dele. Por exemplo, teve uma hora que eles estavam falando de motoqueiros e ele disse: "eles não sabem nada de Física, não sabem que um corpo em movimento tende a continuar em movimento” e riu muito – não riu sozinho porque pelo menos eu ri, da risada dele. Na verdade eu estava gostando desse jogo do cara contar as piadas e rir delas. Eu não sou assim, nem gosto de conversar no ônibus, muito menos contar umas piadas de minha autoria pro ônibus todo ouvir e rir de mim. Eu até ria muito na minha, pra ninguém ver um motivo pra puxar conversa.
Eu me lembrei que me identifico mais com o Raul Seixas na música “Ouro de tolo”, quando ele diz “Ah, mas que sujeito chato sou que não acha nada engraçado, macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco...".
Por outro lado, eu permito os “toques suaves na alma”.
“Futuros amantes”, as epístolas de Paulo, as constelações, fotografias, abraços, cheiro de dama-da-noite, curry... essas coisas tocam minha alma... mas não me fazem rir.
O meu filho me faz rir. Hoje lembrei de uma vez, quando ele era pequenininho, em que eu o aconselhava a agir de determinada maneira, que ele não aceitava. Eu disse “filho, na minha humilde opinião, você não deve fazer isso...” e ele respondeu : “Ah é? Você tem 'um-mil-de-opinião'?Pois eu tenho dois-mil-de-opinião!!” KKK, até hoje eu rio muito disso.
Tá bom, eu sei: essas coisas de filhos só têm graça para as mães mesmo...
Mas essa é melhor ainda: uma vez eu perguntei pra ele por que ele nunca fala palavrão (o que eu acho ótimo, mas eu não precisei orientá-lo nesse sentido) e ele respondeu “porque eu nunca seria perdoado”.
Tá bom, parei, parei.

Ah, ia me esquecendo, o resultado das tomografias sai dia 10, terça-feira que vem.
“E vamos nós de novo, um tanto assustados...”

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